Leilah Moreno não consegue passar despercebida. Com o corpo esculpido pela malhação, a mulata de longos cabelos alourados e voz grave assegura que a carreira de atriz foi a consequência de seu amor pela música. Nascida em uma família de músicos em São José dos Campos, no interior paulista, a atriz de 28 anos começou a entrelaçar o canto com o teatro ainda cedo, com aulas de interpretação durante a faculdade de Música.
Todo esse histórico serviu de inspiração para compor a detestável vilã que a atriz interpreta em Aquele Beijo. Batizada de Grace Kelly em homenagem à eterna diva do cinema, a maior inspiração da personagem, no entanto, é o visual fatal da cantora americana Beyoncé. "No começo da novela, a produção me propôs um cabelão preto e cacheado, mas depois me deram uma cara de palco, mais Beyoncé. Achei incrível", diverte-se.
No entanto, Leilah só titubeou mesmo quando soube que havia sido escolhida para fazer uma vilã detestável. "Levei um susto e fiquei preocupada por terem achado que esse é o meu perfil, mas hoje fico lisonjeada por causa da repercussão da Grace", observa a atriz, que se inspirou em vilãs de destaque da história da teledramaturgia, como a Raquel, de Mulheres de Areia e Maria de Fátima, de Vale Tudo, ambas vividas por Glória Pires.
Isso sem falar que chegou a comprar o box da novela Roque Santeiro, para incrementar a personagem com o exagero espalhafatoso que Regina Duarte usou na despachada Viúva Porcina. "Hoje percebo o destaque dessa personagem nas ruas. As pessoas me dão muita lição de moral", afirma a atriz, que estreou na tevê como Barbarah, do seriado Antônia, uma produção televisiva adaptada do longa homônimo de Tata Amaral. "A série estreou primeiro que o filme. Antes disso, não tinha noção do que era ser conhecida", lembra a atriz, que, nessa época, já lançava seu terceiro CD como cantora de black music e pop.